Na tentativa de me debruçar mais fundamentadamente sobre alguns dos pressupostos do novo programa, tenho andado a "esmiuçar" a Didáctica do Português - Fundamentos e Metodologias", de Emília Amor.
Despertou-me a atenção, logo na sua parte introdutória, pelo potencial que encerra, a seguinte frase: "O ensino- aprendizagem da língua materna em contexto escolar constitui, em si, um empreendimento complexo e não isento de contradições.".
Depois de a ter "degustado", senti-me mais tranquila e pude atenuar (se é que isso é possível...), ainda que por momentos muito breves, as minhas dúvidas e todas as questões que me assaltam diariamente sobre a pertinência e adequação das minhas práticas pedagógicas, sobretudo agora que os novos programas nos incentivam a proceder à clarificação de alguns mitos - no meu caso, trata-se do "mito do funcionamento da língua", que até aqui ainda não tinha um espaço próprio e devidamente planificado, sem que partisse do "pretexto textual" para aceder às regras de gramática. E chamo-lhe mito, pois a sua transversalidade, entendida de uma forma muito "redutora" (será este o termo?), impedia que o mesmo se transformasse no que hoje entendo, e bem, como conhecimento explícito da língua (CEL).
Ora, afinal de contas, nesta profissão, não há um caminho único, mas vários atalhos por desbravar.
E é somente através desta predisposição para nos autoquestionarmos que obtemos o discernimento (mínimo) necessário para ultrapassarmos os obstáculos que, por momentos, nos impedem de passar ao atalho seguinte.
P.S. Um pouco perdida na nostalgia de véspera de ano novo, com todas as recordações que "um fim" , inevitavelmente, nos traz...
Santa Cruz da Graciosa, 30 de Dezembro de 2009
pelas 13 horas e 9 minutos
Reescrito às 16 horas e 25 minutos
Andrea Ávila
